Nesta sexta-feira, 17 de julho, é celebrado o Dia de Proteção às Florestas, com a Amazônia registrando um aumento de 25% de devastação de sua área em comparação com o primeiro semestre do ano passado. Nos seis primeiros meses de 2020, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) registrou que a Amazônia teve uma área de 3.069,57 km² devastada.

Ainda de acordo com dados do INPE, o último mês de junho teve o maior registro de alertas de desmatamento na Amazônia desde 2015, quando iniciou a série histórica desses dados. A área desmatada no mês foi de 1.034,4 km². Ouvido pelo portal da CNBB, o presidente da Comissão para a Ecologia Integral e Mineração da entidade, dom Sebastião Lima Duarte, apontou que o problema sério que se coloca hoje é justamente a questão do desmando visto principalmente na área do meio ambiente, na área ligada ao agronegócio.

Ele afirmou que diante dessa situação, as pessoas que se ocupam da proteção da floresta estão ameaçadas. “Elas estão marcadas para morrer, muitas já deram sua vida em defesa da floresta e, simplesmente, não estavam fazendo nada mais do que proteger a floresta para o grande bem que ela é para toda a humanidade, então a gente lamenta muito”, disse.

Existe também a possibilidade de desmanchar as leis no Brasil para facilitar também a destruição do meio ambiente, das florestas, então defender hoje as florestas é correr grandes riscos (…). Que Deus nos ajude e que a gente possa fazer o possível para que esses nossos irmãos , particularmente, os que vivem lá dentro da floresta possam continuar vivendo bem com o meio ambiente e o defendendo.

Segundo dom Sebastião são os próprios indígenas e os povos tradicionais em geral os maiores defensores da fauna e flora brasileira. “Eles tem demonstrado uma capacidade muito grande de conviver com a fauna, com a flora e sem destruir; apenas usufruindo daquilo que é necessário para o dia a dia e deixando a floresta em pé, para que ela possa ser não só um sinal da benção de Deus, mas possa também continuar o seu processo natural de desenvolvimento e de bem que faz para toda a humanidade”, garantiu.

Como experiência concreta, ele citou os povos indígenas Ka’apor, no Maranhão, que criaram uma guarda que funciona em esquema de revezamento, por eles próprios, para manter a vigilância de seu território já demarcado. “Eles criaram os guardiões da floresta, que é uma forma de estar protegendo e defendendo essa obra da criação”, finalizou dom Sebastião.

Biodiversidade
Roberto Malvezzi, o Gogó, que também é membro da Comissão para a Ecologia Integral e Mineração da CNBB, e escreve sobre questões do meio ambiente, fez uma análise da importância da cobertura vegetal para a própria vida da natureza. Ele pontuou a importância da floresta amazônica, que é a grande responsável pelo ciclo das águas  brasileiras: “Quando falamos do dia da floresta, estamos falando do ciclo das águas, no ciclo da biodiversidade e no ciclo do carbono e na importância da vida”, afirmou.

Fonte: CNBB

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