Em vista do Dia Mundial das Missões, o Papa afirma que hoje Jesus precisa de corações que sejam capazes de viver a vocação como uma “verdadeira história de amor”, que os faça sair para as periferias do mundo e tornar-se mensageiros e instrumentos de compaixão.
Bianca Fraccalvieri – Cidade do Vaticano
"Não podemos deixar de afirmar o que vimos e ouvimos" (At 4, 20): este é o tema escolhido pelo Papa Francisco para o Dia Mundial das Missões, que a Igreja celebrará no dia 17 de outubro.
O versículo foi extraído dos Atos dos Apóstolos, o livro que os missionários “sempre têm à mão” por mostrar como “o perfume do Evangelho” se difundiu através dos Apóstolos.
A experiência dos Apóstolos
Pois bem, aqueles tempos não eram fáceis, recordou Francisco. Os primeiros cristãos começaram a sua vida de fé num ambiente hostil e árduo, que ao invés de os debilitar, os impeliu a transformar cada incômodo em oportunidade para a missão, pois “nada e ninguém podia permanecer alheio ao anúncio libertador”.
O mesmo se passa conosco, analisou Francisco.
“A situação da pandemia evidenciou e aumentou o sofrimento, a solidão, a pobreza e as injustiças de que já tantos padeciam, e desmascarou as nossas falsas seguranças. (...) Experimentamos o desânimo, a decepção, o cansaço. Porém, nós não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus.”
A sua ressurreição, escreve o Pontífice, é uma Palavra de esperança que desfaz qualquer determinismo. “Com Jesus, vimos, ouvimos e constatamos que as coisas podem mudar.”
“Neste tempo de pandemia, perante a tentação de mascarar e justificar a indiferença e a apatia em nome de um sadio distanciamento social, é urgente a missão da compaixão, capaz de fazer da distância necessária um lugar de encontro, cuidado e promoção.”
No contexto atual, prossegue o Papa, “há urgente necessidade de missionários de esperança que, ungidos pelo Senhor, sejam capazes de lembrar profeticamente que ninguém se salva sozinho”.
Um convite a cada um de nós
Deste modo, o tema do Dia Mundial das Missões é um convite dirigido a cada um de nós para cuidar e dar a conhecer aquilo que tem no coração. Esta missão é, e sempre foi, a identidade da Igreja: «ela existe para evangelizar». Não é o momento de se fechar.
Para Francisco, mesmo os mais frágeis, limitados e feridos podem ser missionários à sua maneira, “porque sempre devemos permitir que o bem seja comunicado”. E a este ponto expressa a sua gratidão a todos os missionários:
“Lembramos especialmente aqueles que foram capazes de partir, deixar terra e família para que o Evangelho pudesse atingir sem demora e sem medo aqueles ângulos de aldeias e cidades onde tantas vidas estão sedentas de bênção.”
História de amor
Hoje, continua o Papa, Jesus precisa de corações que sejam capazes de viver a vocação como uma “verdadeira história de amor”, que os faça sair para as periferias do mundo e tornar-se mensageiros e instrumentos de compaixão.
As periferias não são só geográficas, recorda Francisco, mas existem perto de nós, no centro de uma cidade ou na própria família.
“Sempre, mas especialmente nestes tempos de pandemia, é importante aumentar a capacidade diária de alargar os nossos círculos."
A missão não é fruto de cálculos, mas é aventurar-se no cultivo dos mesmos sentimentos de Cristo Jesus e, com Ele, acreditar que a pessoa ao meu lado é também meu irmão, minha irmã.
“Que o seu amor de compaixão desperte também o nosso e, a todos, nos torne discípulos missionários.”
Fonte: Vatican News
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