No próximo domingo é celebrada a solenidade de São Pedro e São Paulo. É uma solenidade transferida do dia 29 para o domingo anterior. É também uma solenidade que tem liturgia própria para a vigília. Cardeal Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, explica que no lugar do 13º domingo do tempo comum, neste ano, teremos essa solenidade dos apóstolos.
“Cada ano a liturgia nos leva a meditar sobre a vida destes dois grandes Apóstolos. Pedro é considerado “o cabeça dos apóstolos”, por ter sido um dos principais líderes da Igreja Cristã primitiva, tanto por sua fé e pregação, como pelo ardor de amor a Jesus”, disse.
O cardeal conta que Pedro, que tinha como primeiro nome Simão, era natural de Betsaida, irmão do Apóstolo André. Pescador, foi chamado pelo próprio Jesus e, deixando tudo, seguiu ao Mestre, estando presente nos momentos mais importantes da vida do Senhor, que lhe deu o nome de Pedro. Em princípio, fraco na fé, chegou a negar Jesus durante o processo que culminaria em sua morte por crucifixão.
“O próprio Senhor o confirmou na fé após Sua ressurreição (da qual o apóstolo foi testemunha), tornando-o intrépido pregador do Evangelho, de modo especial, após a descida do Espírito Santo de Deus, no Dia de Pentecostes, o que o tornou líder da primeira comunidade. Selou seu apostolado com o próprio sangue, pois foi martirizado em uma das perseguições aos cristãos, sendo crucificado de cabeça para baixo a seu próprio pedido, por não se julgar digno de morrer como Seu Senhor, Jesus Cristo. São Pedro escreveu duas cartas e, também, serviu como fonte de informações para que São Marcos escrevesse seu Evangelho”, comenta dom Orani.
Nesse dia também comemora-se o Dia do Papa com orações e unidade com aquele que sucede hoje a Pedro: o Papa Francisco. “O nosso presente para o Papa, que é o óbolo de São Pedro, neste ano, será oferecido pelo povo de Deus na coleta das missas do dia 4 de outubro (São Francisco de Assis), por determinação do Papa Francisco. É com esse óbolo que tantas nações e situações são ajudadas pelo Papa pelo mundo afora”, afirma o cardeal.
Dom Orani explica que o apóstolo das gentes, Paulo, nasceu entre os anos de 5 e 10 da era cristã, em Tarso, capital da Cilícia, na Ásia Menor, cidade aberta às influências culturais e às trocas comerciais entre o Oriente e o Ocidente. Descende de uma família de judeus da diáspora, pertencente à tribo de Benjamim, que observava rigorosamente a religião dos seus pais, sem recusar os contatos com a vida e a cultura do Império Romano.
Segundo o arcebispo, os pais deram-lhe o nome de Saul (nome do primeiro rei dos judeus) que, depois, tornou-se Paulo. O nome Saul passou para Saulo porque assim era este nome em grego. Mais tarde, a partir da sua primeira viagem missionária no mundo greco-romano, Paulo usa exclusivamente o sobrenome latino Paulus.
Dom Orani explica também que Paulo recebeu a sua primeira educação religiosa em Tarso tendo por base o Pentateuco e a lei de Moisés. A partir do ano 25 (d.C.) vai para Jerusalém onde frequenta as aulas de Gamaliel, aprofundando com ele o conhecimento do Pentateuco escrito e oral. Aprende a falar e a escrever aramaico, hebraico, grego e latim. Pode falar publicamente em grego ao tribuno romano, em hebraico à multidão em Jerusalém (At 21, 37.40) e catequizar hebreus, gregos e romanos.
“Paulo é chamado o Apóstolo por ter sido o maior anunciador do cristianismo nos tempos apostólicos. Entre as grandes figuras do cristianismo nascente, a seguir a Cristo, Paulo é de fato a personalidade mais importante que conhecemos. É uma das pessoas mais interessantes e modernas de toda a literatura grega, e a sua Carta aos Coríntios é das obras mais significativas da humanidade. Escreveu 13 cartas às Igrejas por ele fundadas: cartas grandes: duas aos tessalonicenses; duas aos coríntios; aos gálatas; aos romanos. Cartas da prisão: aos filipenses; bilhete a Filemon; aos colossenses; aos efésios. Cartas pastorais: duas a Timóteo e uma a Tito”, comenta cardeal Orani.
Os apóstolos, segundo o cardeal, testemunharam Jesus não somente com a palavra, mas também com o modo de viver e com a própria morte. “Por isso mesmo, seu martírio é uma festa para a Igreja, pois é o selo de tudo quanto anunciaram”, diz o bispo.
“Eis o sinal do verdadeiro Apóstolo: dar a vida pelo rebanho, com Jesus e como Jesus, gastando-se, morrendo, para que os irmãos vivam no Senhor! Por isso, caríssimos meus, a alegria da Igreja na Festa: Pedro e Paulo não só falaram, não só viveram, mas também morreram pelo seu Senhor; e já sabemos pelo próprio Cristo-Deus que não há maior prova de amor que dar a vida por quem amamos! Bem-aventurado é Pedro, bendito é Paulo, que amaram tanto o Senhor a ponto de darem a vida por ele! Nisto são um exemplo, um modelo, uma norma de vida para todos nós. Aprendamos com eles!”, finaliza dom Orani.
Fonte: CNBB
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